Era uma vez...

Era uma vez...

Um homem pacífico, numa terra de pessoas stressadas, que dizem olá nos passeios a correr... Olham para trás e todos os dias dizem: desculpa, depois falamos! Sentia-se triste por não falar com todos aqueles que gostaria de conhecer melhor... Mas a sua própria vida às vezes nã o permitia...
Sentia-se deslocado, mas ainda assim calmo. Calmo por saber que um dia as pessoas o compreenderiam. Não era fácil de o entender. Chegara mesmo a pensar em mudar a sua maneira de ser e de estar... Mas depois chegou à conclusão que não. Era como era e um dia encontraria quem gostasse...
Era divertido, simpático e muito amistoso. Talvez demasiado, chegara a pensar um dia. Sempre lhe disseram que os amigos e a família são a base do nosso bem-estar e ele sempre lutara por isso. Podia orgulhar-se de ter muitos e bons amigos e só não tinha mais, porque não tinha tempo para dar a atenção que achava que lhes deveria dar. Já alguns o tinham decepcionado, o tinham feito passar por maus bocados e mesmo assim conseguia perdoar tudo a todos. Era muito directo, o que nem sempre é fácil de aceitar pelos outros, mas também era um pouco mula... Esperava pela oportunidade certa para dizer o que sentia, e nunca antes. Ninguém é perfeito e ele também o não era.
Um dia apaixonou-se. Viu aquela que um dia iria ser a mulher da sua vida... Tentou dizer-lhe, mas tinha demasiado medo... Medo de falar com ela, porque ela deixava-o inquieto... Medo também de ela não ser perfeita como ele a imaginava... Sonhava com ela, com o futuro risonho juntos. Não sabia como o iria conseguir, mas sabia que um dia esse seria o seu futuro.
Quando, ainda na escola, decidiram seguir profissões diferentes, o que corresponderia a estaram em turmas diferentes achou que o mundo iria acabar... Depois, como sempre foi racional, decidiu não ser precipitado. Ainda estariam na mesma escola e ainda se veriam e muitas oportunidades teriam de ficar juntos... 3 anos passaram e a mesma falta de coragem... Desta vez aliada ao facto de ela namorar tornou impossível qualquer encontro ou possibilidade de algo mais...
Faculdade. Estágio. 6 anos depois o reencontro. Dois jantares, uns cafés, nada de mais para uns amigos... Mas para ele não. Para ele, esses encontros todos eram tempos divinais... Agora mais velhos, ambos descomprometidos, com mais responsabilidades, mas o problema do costume... mais racionalidade. Porque pensam tanto as pessoas no que fazer? Porque não seguir o nosso instinto? Porque não lutar pela nossa felicidade?
Foi o que ele fez. Decidiu finalmente dizer-lhe. Encheu o peito e subtilmente disse tudo o que sentia. A resposta? O previsível. Sempre olhei para ti como sendo o amigo que tenho há 500 anos! Nunca pensei em mais que isso...
Porquê? Porque não arriscar? Talvez medo de ter sorte... Por isso, meus amigos, o meu conselho de hoje: lutem pela vossa felicidade... Vão atrás dela mesmo que tenham de ir até ao fim do mundo... A felicidade de cada um é o que cada um de nós precisa! Comer? Beber? Fumar? Não. A única necessidade básica é ser FELIZ!!!