Tuesday, July 26, 2005

Dedicado à minha amiguinha Juju :)

Isto foi o que escrevi mal cheguei a casa faz hoje um ano. Sem mudar uma vírgula.

"Como é engraçado ver alguém pela primeira vez já depois de termos falado via net. A curiosidade é imensa e uma ansiedade esquisita apodera-se do nosso corpo. O momento crucial do início do encontro aproxima-se a cada instante. Chego à beira dela sem ter a certeza de ser mesmo aquela pessoa que vou encontrar. Está de costas a olhar para o mar com um vestido cinzento muito claro curto e provocador, mas não em demasia. Chego mais próximo para confirmar que é mesmo a pessoa com quem me vou encontrar e confirma-se: é mesmo ela. Tira os óculos de sol e mostra-me aqueles olhos fascinantes… são extremamente expressivos, verdes e com um rebordozinho interno e externo castanho … simplesmente perfeitos. Os olhos mais bonitos que alguma vez já vi. A cara é fininha e o sorriso muito bonito. Caminhamos lado a lado à beira mar e vamos conversando… reparo nos sapatos também cinzento claros com um lacinho que os torna muito engraçados…

Enquanto esperamos que o sinal para os peões fique verde reparo como tudo nela me faz com que ela pareça uma bonequinha, uma rapariga muito bonita com um lacinho na cabeça, uns olhos lindos, um cabelo espectacular castanho claro ondulado, com uns caracóis largos giríssimos, enfim…

Vamos para um café descido em relação ao passeio de onde não se vê o mar, mas muito simples e simpático. Tem mesas quadradas e está quase vazio. Sentámo-nos numa mesa junto à parede e fico de lado para ela de modo a os dois conseguirmos ver através do enorme vidro o que se vai passando no passeio…

Começamos a conversar sobre banalidades… Coincidências em encontros casuais com pessoas de diferentes ambientes e que acabam sempre por conhecer alguém que conhece outra pessoa e por aí fora até chegar à pessoa que está ao lado! Muito engraçado e em todos os casos a conclusão é : como o mundo é pequeno. Falamos do curso dela, das perspectivas futuras, etc. Quer ser produtora de moda, isto é, organizar eventos, desfiles, falar com estilistas, maquiadores, cabeleireiros, etc. Tudo isto seria muito bom se houvesse um curso superior para esta profissão, mas não há. O mais perto que se arranja é som e imagem, porque se lida com animações, cenários, organização de eventos e coisas do género. Um mundo sem dúvida fascinante, mas muito anormal no sentido em que são os conhecimentos que nos podem levar ao topo. Torna-se assim muito difícil para quem não tem conhecimentos arranjá-los, mas nunca nada é impossível. O que interessa é persistir e lutar sempre com todas as nossas forças até conseguirmos os nossos objectivos. Se não forem atingidos os objectivos devemos procurar mais força nos amigos, vizinhos, familiares para voltarmos a lutar…

Falamos um pouco do meu curso e do que um engenheiro químico pode fazer no mercado de trabalho. Não falei da minha futura área de investigação, mas sim do estágio que vou começar amanhã. Vai dar-me uma ideia mais aprofundada do dia-a-dia de um engenheiro químico o que vai ser muito importante para escolher a minha opção dentro do curso.

Reparo que tem um tique a enrolar o cabelo no indicador, coisa que por acaso adoro fazer e daí o meu gosto por cabelos encaracolados. Não lhe digo nada, mas fico a apreciar. O vestido aperta com molas e está despertado até meio do peito. Por baixo vê-se um top azul com um lacinho também azul no meio. Gosto de todo o conjunto, mas principalmente daqueles olhos. Era capaz de ficar horas a apreciar a beleza daqueles olhos e como o verde se enquadra tão bem no meio daquele castanho e como esse conjunto se destaca do fundo branco…

Ela conta peripécias de cenas passadas em autocarros e fartamo-nos de rir. Após uns momentos de pausa e de ela contar como já caiu duas vezes de mota pedimos a conta. Pagamos e dirigimo-nos para o meu carro. No caminho diz-me que o pai tem uma panca por carros ao ponto de o limpar mesmo que não saia da garagem só porque tem pó. Diz-me que um rapaz com quem andou abdicava de certos programas se reparava que o carro se ia sujar, ou abdicava de estar com ela por ser dia de lavar o carro! Enfim, o que se pode dizer de um homem destes? Concordo que não deva existir desleixo até porque um carro é muito mais apreciado se estiver lavado mas também não deve ser levado ao extremo e abdicar da companhia de uma menina tão bonita e simpática por ter de lavar o carro!!!

Finalmente chegamos ao carro e pelo caminho falamos de coisas mais nossas. Pergunto-lhe que tipo de música gosta para além do jazz e ela diz-me que gosta de tudo um pouco, desde POP até house passando por blues, mas que usa o jazz como método de relaxamento. Eu digo, na minha ignorância, que quando quero relaxar ouço Kenny G e ela diz-me que também gosta muito apesar de ser um jazz mais comercial. Interiormente questiono-me se é mesmo jazz, mas não contrario… Já a meio do caminho lanço para a conversa o tema da religião.

Ela diz-me que quanto a isso tem cada vez mais dúvidas, que Fátima parece mais um negócio do que um lugar de culto. Eu concordo e saliento a contradição que é apesar de todas as reivindicações a favor da solidariedade e na ajuda do próximo, o Estado do Vaticano ser o mais rico do Mundo. Ela diz-me que está inserida num grupo de jovens e que na mesma paróquia há 2 grupos rivais. Por falta de apoios o grupo em que a Joana está inserida poderá ter de fechar o que quebraria o fio que ainda a une à igreja. Ela salienta o facto de na Bíblia estar mencionado que Deus não quer que seja aberta nenhuma instituição em seu nome e o que se vê é precisamente o oposto.

Deixo-a em casa, um primeiro andar de uma rua sem saída em que, segundo ela, se vê o mar da janela.

Faço o caminho de volta para casa a pensar no que terá achado ela deste encontro e como terá entendido o convite já à porta de casa dela para irmos ver a exposição a Serralves daqui a 4 ou 5 dias…

Gostei de passar tempo com ela e não me importava de repetir. Acho que não é precipitado, porque neste momento só a quero conhecer melhor… O tempo o dirá em que é que esta experiência me foi favorável, mas acho que aprendi algumas coisas. Essencialmente constatei a ansiedade do pré-encontro, mas aprendi que nunca devemos desistir dos nossos sonhos por muito irrealistas que eles sejam. Eu costumo ser optimista em relação a tudo, mas a verdade é que tinha perdido a esperança de vir a fazer o curso de ciências farmacêuticas. Talvez tenha acontecido por estar cada vez mais a gostar do meu curso, mas a verdade é que já me tinha passado um pouco a ideia por ser tão difícil tirar esse curso enquanto trabalho. No entanto, hoje relembrei-me dessa vontade e mesmo que não consiga exercer a função de farmacêutico acho que não vou desistir de tirar este curso mesmo que trabalhe.

Julgo que esta rapariga necessita de alguém que a ame muito e que lhe dê todo o carinho que merece. No fundo, o que todos nós procuramos durante a vida. Pelo que conheço dela parece-me que é uma rapariga perfeitamente acessível, alguém com quem é fácil falar e divertir. Quando vier de férias vou tentar ser um companheiro mais assíduo, isto obviamente se ela quiser. Vou tentar combinar mais programas com ela e aproximar-me mais para a conhecer melhor.

O futuro o dirá, mas para já sinto que é alguém fascinante e que, sem dúvida alguma, quero conhecer melhor... o resto se verá."


Um grande beijinho pa minha amiguinha Juju :)

1 Comments:

At 16/8/05 14:06, Anonymous Anonymous said...

tão LINDO, estou sem palavras... :')

beijo enormeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee *

 

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